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Só podemos transmitir ao outro
Aquilo que reconhecemos em nós
Aquilo que fortalecemos com a força do tempo

Não te posso ofertar o meu amor
Se por mim não sou amada
Jamais poderia dar-te o meu furor
Se enxergo a mim como criança
Que dirá eu pedir de ti uma aliança
Se vivo sempre enlamaçada de insegurança

Mas o tempo há de virar
O vento há de mudar
E a ti poderei dar a opção de ir ou de ficar
Pois poderá ver em mim
A essência do que há

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Não entendo em entrelinhas
Nem em tuas linhas
Eu preciso que o nó desfaça
E em nós refaça o caminho das palavras
Tudo o que for claro eu quero
O que for dúvida, espero
E o que não for, dispenso
Mas gostaria de saber
Se é, de fato, um erro
Um acerto
Ou um “não sei”
Se é
Se tem
Se vinga e dá liga
Se não der, tudo bem também
Na verdade, nada de bem
Mas é o que tem

Eu só preciso que fale